Os Acendedores de Lampiões

A longa avenida Kensington Palace Gardens, um alinhado de embaixadas e mansões bilionárias, é iluminada somente por lâmpadas a gás.

Estes postes da era Vitoriana são uns dos poucos que restam na cidade e nos transportam à época em que Charles Dickens escreveu seus romances.

Por questões de segurança, não é possível fotografar a avenida.

As lâmpadas a gás sobreviveram à chegada da eletricidade graças aos esforços e cuidados de gerações de “acendedores de lampiões”.

Ao contrário de luzes elétricas, idênticas  e sem alma, as lâmpadas a gás são temperamentais.

Seus mecanismos têm que ser verificados e acionados manualmente, o vidro, polido, e as capas substituídas.

Durante o dia, a lâmpada queima com uma pequena chama piloto — em um dia cinzento e nublado você pode ver a cintilância.

Ao entardecer, um temporizador equipado para cada lâmpada move uma alavanca e libera um forte fluxo de gás que gera energia suficiente para iluminar os postes.

Cada poste é marcado com o símbolo do monarca que reinava no ano em que foram erguidos.

Durante os grandes smogs (fogs espessos) do século XIX e início do XX, era possível encontrar o caminho de casa acompanhando o brilho da lanterna e sentindo as marcações dos postes para saber em que parte da cidade estava.

Em frente ao hotel Savoy, há um exemplo raro de uma  lâmpada de gás de esgoto. Seu poste é oco e se estende até o esgoto abaixo da calçada .

A lâmpada foi projetada para extrair o cheiro fétido e queimá-lo antes que conseguisse chegar às narinas delicadas dos hóspedes nas suítes do hotel.

Última lâmpada de gás de esgoto em Londres

Hoje, apenas cinco homens fazem esse trabalho mágico de cuidar dos lampiões a gás, tornando possível uma viagem no tempo, quando se caminhava pelas ruas brilhantes da Londres do século XIX, bem antes da chegada da luz elétrica.

(texto baseado em uma matéria do Mail Online)

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