Acessibilidade em Londres

24 comentários

Mais do que guiar as pessoas pela cidade que escolhi pra chamar de lar, gosto de pensar que estou ajudando a realizar sonhos!

Fazer passeios guiados é diferente de ser guia de turismo

Em primeiro lugar, não preciso de uma licensa e só posso levar grupos pequenos (até 10 pessoas) e privados – sou profissional autônoma registrada e pago meus impostos.

Quando pego os clientes no hotel ou encontro na estação de trem (no caso do bate e volta de Paris), tenho em mente não só mostrar os pontos turísticos e contar histórias e curiosidades sobre uma das cidades mais visitadas do mundo, mas tentar satisfazer os desejos e sonhos deles. 

Quero que eles sintam que estão passeando com uma amiga que mora em Londres! 

Não tenho roteiros prontos pois a rota a seguir depende de vários fatores:  se é a primeira vez na cidade, o local da acomodação, eventos que estejam acontecendo, previsão do tempo, e, mais importante, os principais interesses dos clientes .

Faço questão de chamar de passeios e não de “tours “ pois é isso que quero fazer! Mostrar Londres pra você enquanto passeamos, sem pressa, sem estresse!

Cada cliente é um desafio novo e, graças a Deus, até hoje, tive muita sorte de mostrar Londres para pessoas muito queridas (veja acima os meus clientes de 2017 até a publicação deste post)!

Mas o meu maior desafio foi mostrar que Londres é ACESSÍVEL!

alceu-e-luiza-big-ben
Mesmo com o Big Ben escondidinho ao fundo, por causa da reforma, tem que ter a foto em frente à cabine telefônica!

Quando o pai da Luiza me procurou dizendo que precisava de uma guia em Londres e que sua filha tinha problema de mobilidade, eu sugeri contratar um motorista.

Mas ele tinha ouvido falar que o transporte público na capital britânica era muito bom e fazia questão de percorrer a cidade a pé para poder apreciar melhor – ele comprou uma cadeira de rodas para a viagem pois no andador seria mais complicado.

Disse pra mim que era um sonho da filha e me pediu que aceitasse esse desafio junto com ele! Quando li essa mensagem, estava em um café com outros clientes, na beira do rio Tâmisa, e vi uma família passando com uma adolescente cadeirante.

Era um bom sinal!

Aceitei o desafio!

Fiz algumas pesquisas e, apesar de todos os ônibus terem rampa para o acesso de cadeirantes, somente cerca de ¼ das estações de metrô têm atendimento adequado para pessoas com deficiência e restrição de mobilidade.

Clique no vídeo abaixo para ver a Luiza saindo do ônibus pela rampa de acesso. 

bus accessibility luiza dog
Nos ônibus tem um espaço reservado para cadeira de rodas e a Luiza foi logo fazendo amizade – aqui em Londres os cachorros também podem usar transporte público.

O problema é que o metrô de Londres é muito antigo (mais de 150 anos)  e nem todos os prédios têm estrutura para um elevador.

Mas as conexões são fáceis de fazer e não impede que ninguém use transporte público, a melhor maneira de se locomover na capital britânica.

stair lift underground station
A estação de Hounslow West é pequena, mas tem um elevador de escada. Tem que avisar a um atendente e ele fecha o acesso à escada e liga o elevador.

Um outro problema foi a localização do hotel onde eles se hospedaram, nas proximidades do aeroporto de Heathrow.

Apesar de ter ponto de ônibus perto que nos leva até uma estação de metrô com acesso para cadeirante, a viagem até o centro dura mais de 1 hora e você perde um tempo precioso de passeio, ainda mais quando tem poucos dias na cidade!

DICA – se hopsedar perto do aeroporto só é válido se você  vai pernoitar e pegar um vôo no dia seguinte de manhã cedo.

Realizando sonhos

Eu estava cansada pois havia feito passeios com outros clientes 4 dias seguidos e, apesar de amar meu trabalho, é fisicamente exaustivo pois caminhamos entre 10 e 20 quilômetros por dia!

Mas passei por cima de todos os obstáculos e foi uma experiência linda pra mim e pra Luiza!

Descobri, após 30 anos mostrando a realidade através dos vídeos que editava para o jornalismo de televisão, que é muito mais gratificante ajudar a realizar sonhos! 

Dá um play no vídeo acima para ver a gente se divertindo em um dos balanços da  “ONE, TWO, THREE, SWING!”, do Superflex, na Tate Modern.

Essa instalação fica até o dia 2 de abril de 2018.

Vem passear comigo em Londres!

Passeios guiados privados e personalizados com apoio local de uma guia brasileira que mora em Londres há mais de 20 anos!

Mande e-mail para info@londrespravoce.com ou clique em Contato para maiores informações e orçamento,

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24 comentários em “Acessibilidade em Londres”

  1. Tina, que trabalho lindo! Eu confesso que resiso muito aos “guias” tradicionais, justamente pela falta de pessoalidade. E que delicia que essa menina conseguiu realizar o sonho dela graças a vc e ao pai. 🙂 Que mais cidades adotem esse modelo e estejam preparadas para receber visitantes e tb moradores que tenham necessidades especiais. Parabéns!

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  2. Ei Tina, gostei muito dessa questão de você não chamar os passeios de “tours”, que são passeios onde você vai conhecer a cidade…realmente não são todas as estações de metrô que são “step free”, mas é como vc disse, é só fazer baldeação até uma que tem ou pegar um ônibus.

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  3. Londres e Paris têm coisas em comum em questão de acessibilidade. O metrô aqui também é antigo e nem todas as estações têm estrutura para pessoas com dificuldades de locomoção. É um quebra cabeça para os governos resolverem. Mas muito legal ver que vc realizou o sonho da jovem, parabéns!

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  4. Que fantástico desafio e vejo que correu muito bem! Apesar de todas as limitações do metro Londres já parece ser uma cidade bem acessível. Infelizmente ainda nem todas as capitais o são e ainda há um grande trabalho a fazer nesse sentido (aqui em Portugal ainda temos um longo caminho para tornarmos as cidades plenamente acessíveis), mas as diferenças já se vão vendo. Parabéns pelo trabalho!

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